Formação militar e
monarquismo
Filho de militar,
Deodoro da Fonseca seguiu ainda muito cedo a carreira do pai. Aos 21 anos já
era cadete de primeira classe e participou de sua primeira operação militar: um
sufocamento à Revolução Praieira, uma revolta de tendência liberal promovida no
estado do Pernambuco, em 1848. Durante as décadas seguintes, principalmente na
década de 1860, Deodoro serviu fielmente ao regime monárquico. Uma de suas
maiores façanhas foi ter comandado o segundo Batalhão de Voluntários da Pátria,
a partir de 1865, durante a Guerra do Paraguai.
Na década de 1870,
Deodoro foi designado Coronel Comandante do Regimento Mallet no Rio Grande do
Sul e, depois, brigadeiro para atuar na Fronteira de Livramento-Quaraí. Em
1885, voltou para o Rio Grande do Sul, nomeado agora Comandante das armas –
tendo, um ano antes, obtido a patente de marechal de campo. Em 1886, Deodoro
assumiu o posto de Presidente interino do Rio Grande do Sul, época em que se
tornou um dos protagonistas da crise institucional entre os militares e o
gabinete imperial, então liderado por Barão de Cotegipe.
Essa crise indispôs os
líderes miliares com políticos civis até o ano da Proclamação da República.
Aliás, foi a hipótese de que um dos desafetos de Deodoro, o senador Silva
Jardim, assumiria a liderança do Gabinete, após Cotegipe e Ouro Preto, que
levou o marechal a juntar-se aos partidários da causa republicana, mesmo sendo
ele amigo pessoal do imperador D. Pedro II.
Deodoro foi incitado
por militares e civis republicanos a apoiar, com sua autoridade de comandante,
a derrubada do gabinete imperial. Vejamos como isso ocorreu, segundo o
historiador Boris Fausto:
“Em 11 de novembro de
1889, figuras civis e militares, como Rui Barbosa, Benjamin Constant, Aristide
Lobo e Quintino Bocaiuva reuniram-se com o Marechal Deodoro, tratando de
convencê-lo a liderar um movimento contra o regime. A participação de Deodoro
era importante como figura conservadora e de prestígio no Exército. Ele
resistia por ser amigo do Imperador e não gostar da presença de paisanos na
conspiração. O problema lhe parecia de ordem estritamente militar. Mas uma
série de boatos espalhados pelos jovens militares, falando da prisão de
Deodoro, da redução dos efetivos ou mesmo da extinção do Exército, levou Deodoro
a decidir-se pelo menos a derrubar Ouro Preto.”
FONTE DE PESQUISA
Aluna Autora
Damilly Ohany
Professor orientador:
Aneumá Amorim